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Inesquecível

Olha o golfinho!

By 13 Junho, 2016Outubro 1st, 20164.963 Comments

Mais do que mergulhar com os golfinhos, atrevi-me a mergulhar na aventura das duas horas seguintes. Queria experimentar ficar com aquela cara de satisfação que via nos turistas ao saírem da embarcação, todos os dias, na Marina do Funchal. Pensei que seria a única madeirense a bordo, mas depressa percebi que não era a única cá da terra a aproveitar os trunfos que trouxeram o galardão de Melhor Destino Insular do mundo, Confere!

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Saímos a meia tarde, depois da concentração nos escritórios da Rota dos Cetáceos, no Marina Shopping. A Sara, a sorridente bióloga marinha que faz as honras da casa, deixa por terra qualquer indício de má disposição.

Em duas pinceladas de dez minutos diz-nos o permitido e o proibido e quer saber se somos marinheiros de água doce.Enjoar é permitido, mas alimentar os golfinhos com o nosso almoço, só borda fora. Acho que era para assustar, porque a viagem é tão confortável que nos esquecemos de ficar mal dispostos.

Depois do indispensável “briefing” de segurança em português e inglês entramos a bordo do Rota dos Cetáceos III. Ricardo espera-nos com os coletes e, um a um, sentamo-nos, com o casal da frente a preparar o mergulho de Go pro e tudo.

Dez minutos depois, Sara pede-nos para olhar para a direita. Meia centena de golfinhos comuns prepara a dança com que nos vai brindar, mulheres e crianças á frente, bebés que não largam as mães, os machos atrás, a controlar tudo o que se passa, não vão os humanos incomodar a família.

Controlam mesmo tudo. Mas parecem descansar quando vêem a forma da embarcação, como se não temessem a intervenção humana nas suas andanças. De facto, Sara avisara que esta seria uma visita ao habitat natural dos golfinhos e não a um qualquer zoomarine, onde se pode tirar fotos com animais amestrados. De tal forma, que “não incomodar” é a palavra de ordem.

Dali para a frente quis mesmo ter olhos em todos os lados da cabeça. Os tipos parecem saber que têm de mostrar-se nos dois bordos e fazem a vontade aos passageiros sentados em todos os lugares. Uns dançam, outros ficam abaixo da linha de água e só deixam ver a silhueta clara e fugidia. Seguimos as instruções. Um lado da embarcação fica de pé e o outro permanece sentado, por questões de segurança.

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Os golfinhos, que parecem exibir-se para os turistas, continuam por mais um tempo até que desistem de nós. Chamam-nos um bando de asas esvoaçantes, quase anunciando o lanche.

A mesa está posta. De novo,. mulheres e crianças à frente. Os homens cercam o cardume sinalizado pelas gaivotas e começam a preparar a refeição. Deliciamo-nos tanto com a experiência como eles com o peixe.

Posam para a fotografia e voltam para perto do Rota dos Cetáceos III no mesmo instante em que regressam, de novo, para perto do cardume do lanche. Mesmo que os bebés ainda se alimentem de leite materno, o que acontece durante o primeiro ano de vida, depois de um ano no ventre da mãe, o resto da família serve-se e abandonamos o cenário. Não nos é permitido incomodar mais, a hora da comida é sagrada e aqui não há baldes de peixe atirados um a um à boca.

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A história repete-se há vários anos. A Rota dos Cetáceos mostra todos os dias a largas dezenas de turistas o que temos ali perto da costa, entre as 28 espécies de cetáceos que por aqui nadam. Sejam elas residentes ou estejam de passagem. De Verão ou Inverno.

Um destes dias, quando quiser viver duas horas diferentes, apetreche a mochila com a máquina fotográfica e vista uma roupa confortável. Aventure-se com os golfinhos, baleias e companhia, aqui mesmo ao virar da esquina.

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