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Inesquecível

Desertas com programa radical e tudo incluído

By 25 Outubro, 2016439 Comments

E se quisesse passar um dia diferente com amigos ou família, entrar de kayak numa gruta nas Desertas e mergulhar com os lobos marinhos? Isso é possível, desde que para isso se queira aventurar num iate a caminho da reserva natural e ainda ser apaparicado por uma dezena de baleias-piloto que, em boa verdade, não nos largaram durante a experiência que vivi na semana passada.

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O “Gavião Madeira”, a “Madeira Radical” e o “Summerboard Diivng Centre” juntaram-se para proporcionar aos clientes, locais ou visitantes, uma experiência única. O dia passado a bordo, com bar aberto e refeições incluídas, é uma boa aposta para um dos próximos fins de semana. E recomenda-se, porque no dia em que fomos, os cetáceos vieram mostrar que o que se diz sobre a facilidade com que se encontram nos nossos mares é verdade. Não foi de todo uma má aposta, a das três empresas, porque a qualidade do serviço prestado aliada ao conforto da viagem que nos é oferecida, fala por si.

Os “pufs” espalhados na proa convidam a sentar-se e apreciar a baía do Funchal, enquanto saímos em direção à reserva. O bar está atestado, o bote amarrado, os fatos de mergulho aprumados e o kayak pronto para explorar as grutas da baía da Deserta Grande.

Em menos de meia hora reparamos na companhia. Duas, não, três, perdão, quatro baleias-piloto numa aula de meditação, ou pelo menos concentradas apenas na respiração, que as traz pachorrentamente à tona. O Gavião cala os motores, navega em silêncio para não as incomodar e os dois casais de alemães saltam dos assentos como se tivessem molas, debruçando-se na borda do veleiro, à procura do queixo e da melhor perspetiva para a máquina fotográfica. Os olhos brilham e olham para o skipper e o instrutor de mergulho como se tivessem posto ali as baleias numa operação de marketing. Deliciam-se. Disparam fotos e parecem querer atropelar-se num lugar preparado para embarcar vinte passageiros mais a tripulação fixa. Mas parece tudo pequeno quando se quer perseguir as baleias adormecidas.

Não as incomodamos. Seguimos o rumo traçado. Uma bebida fresca, um sol que teima em jogar-nos para a sombra do toldo instalado à popa.

Dali a pouco voltamos a avistá-las, já acordadas, talvez não as mesmas, como mais tarde se virá a comprovar, mas da mesma família.

Na ilha, cada vez mais nítida, à nossa frente, espera-nos a visita guiada à Reserva Natural. E o passeio de kayak e o mergulho, é só escolher. Ou fazer tudo. Lá tempo e descontração não faltam. Voltamos a avistá-las. Parecem querer indicar o caminho a quem já o conhece de olhos fechados. Rodrigo Cardoso volta a cortar motores ao Gavião Madeira e apreciamo-las de novo.

Posam para a fotografia, fazem desfile e mostram algo que se assemelha a uma coreografia, mergulhando ao mesmo tempo e aproximando-se de nós, mas depressa mudam o rumo e viram-se para o Bugio, estamos entregues.

Os mergulhadores aperaltam-se, há baptismo de mergulho a um dos alemães e é com esse que Luís Trabulo desce primeiro. Os outros seguem-no. Exploram, maravilham-se, procuram peixe, encontram raias, não deixam cair o queixo porque a máscara impede, mas excitam-se com o que veem nos mares da Reserva Natural.

Enquanto isso, exploramos a gruta com entrada de luz natural no kayak da “Madeira Radical” e abrimos o apetite para o almoço, já pronto, quando voltamos a bordo.

A salada fria e os pasteis de nata fazem um casamento perfeito entre o salgado e o doce da iguaria. Se não nos despachamos, o alemão ataca uma bandeja inteira e, a custo, meio envergonhado, aceita o quarto exemplar da espécie só encontrada a bordo. Rodrigo conta que há turistas que pedem a morada da pastelaria só para ir buscar pasteis de nata antes de voltar às origens.

Visitamos a reserva. Guia-nos o skipper, cruzamo-nos com outros visitantes, as explicações nos novos painéis até brilham ao sol, as veredas bam marcadas, o passeio cai bem depois da barrigada do almoço. Os alemães voltam ao fundo, descansam, o tempo começa a apertar e voltamos ao Funchal.

Eis que nos esperam as nossas amigas, ao que parece todas juntas. Uma dezena, mais coisa, menos coisa, perdemo-nos a contá-las, fazem uma espécie de escolta ao “Gavião” durante largos minutos, os alemães continuam a observá-las, a fazer visitas ao bar aberto e a dormir na proa, confortavelmente instalados, com destino ao fim do dia. O sol afasta-se em direção ao horizonte e na marina do Funchal, onde tudo começa e tudo acaba, começa a azáfama de arrumar as coisas, até a próxima viagem e ao próximo avistamento de cetáceos… da tribuna.

 

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