Multiplicam-se como se não houvesse amanhã e encontramo-las em todas as esquinas. As noites do mercado, que já acontecem desde o fim de semana passado em toda a ilha, andam aí e prometem ser mais virais do que a gripe. Tropeçamos nelas desde a Ponta do Pargo até ao Porto Santo e até fazemos os percursos de algumas como se de repente, além da novena das missas do parto, passasse a haver uma de noites do Mercado.
Dizem os entendidos que o fenómeno é propício ao negócio, que por estes dias se gasta o que se tem e não se tem e que a desculpa para saborear uma poncha e uma sandes de carne de vinho e alhos vem acompanhada da compra de tangerinas e anonas.
Na Madeira, mais do que em qualquer outra zona do país, a Festa é vivida com as tradições que quase morreram com o tempo, mas que ressuscitaram por uma ou outra razão. Há comerciantes que montam barraca em todas as frentes, vendedores ambulantes que passeiam as meias, os porta-chaves e as canetas por todas as freguesias e paróquias e apresentam as novidades de Natal… todos os anos. São sempre as mesmas, mas o espírito de Natal também e os madeirenses gostam desta época mais do que qualquer outra em todo o ano.
Os emigrantes, a chegar às dezenas por estes dias, sorriem com o cheiro das ruas e o calor humano que só nesta terra se sabe dar.
Atente na sua agenda, deixe os sapatos desconfortáveis em casa e ponha um daqueles chapéus com luzes na cabeça. Não há melhor forma de contagiar o Natal com a sua alegria. Mas antes disso, afine a voz de rouxinol que estamos certos que tem e tome uma boa dose de coragem. Vai precisar dela para entrar no Mercado, principalmente o dos Lavradores, onde metade de Madeira vai encontrar-se nesta sexta-feira. Desde a rotunda do Infante até a zona Velha… tudo é mercado. Aproveite e divirta-se!