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Madeira com 8% dos postos de amarração

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marina-1Apenas cerca de 8% dos postos de amarração portugueses ficam na Madeira. Um estudo apresentado no Funchal aponta para que seja necessário investir mais no sector – não tanto na criação de novas marinas, mas acima de tudo na reestruturação das que já existem.

Portugal conta com 12900 pontos de amarração, dos quais cerca de 30% no Algarve, 25% no Centro e 15% nos Açores.

O estudo “Náutica de Recreio em Portugal – Uma Perspectiva da Procura”, desenvolvido pela Pricewaterhouse Coopers (PwC), aponta para a “necessidade de criar mais pontos de amarração, dentro da lógica de crescimento da economia do mar”.

As embarcações de recreio que aportam às marinas da Madeira (Funchal, Quinta do Lorde, Calheta e Porto Santo) são oriundas na sua maioria de França, Reino Unido e Portugal.

O estudo da PwC refere ainda que o rendimento gerado pelas seis maiores marinas em Portugal é já superior a 3 milhões de euro por ano.

Vinho Madeira mais lucrativo

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As vendas de vinho Madeira passaram por uma queda no primeiro semestre, embora se tenha assistido a um aumento do valor das vendas. Menos vinho vendido resultou num aumento de 8% no valor das vendas, comparado com o período homólogo de 2015.

O vinho atingiu mesmo o seu valor mais alto desta década, com um preço médio de venda logo acima dos 6 euros por litro.

Em termos de vendas, há uma recuperação evidente nas vendas para os EUA, com aumentos em valor e em quantidade (32% e 9%), e no mercado local (46% e 40%). Por outro lado, em termos de vendas para a Europa, assistiu-se a uma quebra de 23% nas vendas para o mercado francês.

Mel da Laurissilva protege pele do sol

By As nossas ilhas 4.809 Comments
Mulher que se preze tem dezenas de cremes para tudo. Para o corpo, o rosto, os pés e as mãos, os lábios, nem os cotovelos e os joelhos são esquecidos. As marcas sabem-no e promovem como poucos as potencialidades de gamas altamente estudadas, que tornam altamente caros os produtos que nos aparecem nas montras, especialmente nesta altura do ano em que nos preocupamos com o sol, os cabelos e tudo o que sirva para nos levantar o ego.

Um grupo de investigadores do Centro de Investigação GEOBIOTEC, FCT, Universidade de Aveiro e do Centro de Tecnologia Farmacêutica e do Medicamento da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, de que faz parte o Doutor Engenheiro madeirense João Baptista, “reinventou a fórmula mágica” perseguida por todas as mulheres, umas mais do que outras, dependendo do tamanho da carteira e do armário lá de casa. O resultado foi a nova linha solar dos produtos Terramiga, que aparece à frente dos nossos olhos pela primeira vez este Verão. A história conta-se com três produtos com mel de abelhas biológico da Laurissilva. Do galardão atribuído pela UNESCO à floresta Laurissilva a património mundial às embalagens prontas para levar em viagens passaram-se 17 anos, mas ao que parece valeu a pena.

O Verão pode ter, por isso, mais escolhas. E a avaliarmos pelos pontos fortes que me foram apresentados, não duvido que os produtos “Made in Madeira Island” tenham o mesmo sucesso que as árvores debaixo das quais foi produzido aquele mel. A começar pela validade. Como vem numa embalagem sem ar, não há qualquer hipótese de se alterar a qualidade da formulação e estabilidade do produto, protegendo as suas características originais durante dois anos e meio.

A protecção solar elevada com factor 50+ contra o índice de radiação UVA e UVB (IUV), apresenta-se numa embalagem de 100 ml, para poder ser transportada facilmente ou mesmo levar em viagens de avião. É resistente à luz, ao calor e à água. Sem corantes e com fragrância de sais marinhos, esta loção é adequada para todos os tipos de pele. Mesmo assim, as preocupações não ficam na praia e têm também um leite pós solar, com a mesma apresentação comercial. Tem propriedades suavizantes, hidratantes e nutritivas, promovendo a reposição do filme hidrolipídico após a exposição solar. De textura fluida, cremosa e não oleosa, sem corantes e com fragrância leve de sais marinhos. Há também o regenerador Lábios e Nariz (Bisnaga 10ml, com aroma de mel de abelhas).

Como é que se chega, então, a esta linha? Depois de vários anos a investigar, o mesmo grupo de trabalho, que já tinha feito magia com as outras formulações de produtos dermocosméticos e dermoterapêuticos da Terramiga (os sabonetes e os cremes de rosto dia e noite, do corpo e das mãos), aperfeiçoou a fórmula do “pote de mel” que, desta vez, não estava no fim do arco-íris, mas a meia encosta do sítio da Achada do Furtado do Barrinho (590m), em São Vicente (Capital da Laurissilva). Desde a apresentação oficial, a linha tem recebido os mais rasgados elogios, reconhecimentos e prémios, e tem certamente muitos corpos à sua espera.

A linha solar foi desenvolvida com produtos de origem natural e biológica. Na loção com factor de proteção solar elevado, é utilizado um filtro físico (dióxido de titânio) e óleos essenciais e teve em conta os parâmetros climáticos para a latitude do território Português e os tipos de pele da população residente e visitante.

Mas os investigadores tiveram outra preocupação. Estudar os dados do registo diário do Indicie de Radiação Ultravioleta (IUV) disponibilizados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Delegação Regional da Madeira, para o período de 2012 a 30 de Abril de 2016. Foram tidas em conta as estações climatológicas dos Louros, Funchal e do Aeroporto do Porto Santo, que mostram que entre os meses de Outubro e Abril o índice IUV varia entre os 3 e os 6, ou seja, Moderado a Alto, mas que entre Maio e Setembro sobe para valores entre os 9 e 11, o que os coloca numa escala de Muito Alto a Extremo.

Este ano a tendência vai manter-se, apenas com uma novidade. Podemos levar nas embalagens dos cremes da Terramiga, o mel de abelhas do nosso Património Mundial da UNESCO dentro da bolsa ou mochila, pelo mundo fora.

Easyjet cresce 15% e pisca o olho ao Porto Santo

By As nossas ilhas No Comments
Oito anos depois de ter iniciado as viagens para a Madeira e no dia em que apresenta as novas rotas para juntar ao seu portfolio, a Easyjet alcança mais 15% de passageiros transportados, tendo em conta os últimos nove meses.

A companhia aérea “low cost” que opera desde os dois principais aeroportos portugueses e de quatro aeroportos no Reino Unido, teve por base os números entre Outubro de 2015 e Junho de 2016, comparando-os com os nove meses entre Outubro de 2014 e Junho do ano passado.

A Easyjet começou há pouco mais de um mês a operar desde o Porto, a segunda cidade portuguesa emissora de passageiros para a ilha da Madeira, estando o diretor comercial da empresa, José Lopes, satisfeito com o balanço que se pode fazer desde início de operação. Era, de facto, o esperado para esta altura.

Neste momento a empresa tem a certeza de ter ganho as apostas nas rotas feitas, pois garante já uma taxa de ocupação nos seus voos para a Madeira que se tem situado sistematicamente acima dos 90 por cento, trazendo das quatro cidades do Reino Unido onde opera muitos turistas para a nossa principal ilha.

Quanto ao Porto Santo, José Lopes assume ser «uma rota possível», porque o destino é apetecível, mas terá, naturalmente, de ser feita com um operador ou um grupo hoteleiro, uma vez que uma empresa que maximiza os meios ao seu dispor não pode dar-se ao luxo de iniciar voos, por exemplo, duas vezes por semana para um destino cujos hotéis estão encerrados várias vezes por ano.

Seja como for, a companhia está já a estudar as suas rotas para o Verão de 2017, o que significa estar aberta a conversações com interessados em operar para a ilha que tem trazido cada vez mais cidadãos europeus à procura de sossego e de soluções para problemas de saúde que só se encontram, de facto, naquele cenário.

Quanto à operação Madeira e falando já em relação à logística, o director comercial da companhia em Portugal reconhece que esta fórmula de subsídio de mobilidade, por ser diferente da anterior, pode ser vantajosa se os bilhetes forem comprados com antecedência – não chegando a atingir, muitas vezes, o valor imputado ao passageiro residente – alertando que qualquer alteração deverá ter sempre em atenção a auscultação de quem opera. Por outras palavras, as mudanças feitas pelos governos, nacional ou regional, devem ter sempre em conta a opinião das empresas que operam nos nossos aeroportos, devendo as entidades oficiais envolver as companhias em qualquer processo de alteração de regras.

Metade do país já viajou no Lobo Marinho

By As nossas ilhas 1.241 Comments

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As contas são fáceis de fazer. 

No mês em que se assinalam os 20 anos de linha marítima para o Porto Santo, a estatística mostra que 5.323.000 passageiros embarcaram nos portos do Funchal e da ilha dourada, o que significa, grosso modo, que se cada português residente no pais tivesse navegado naqueles dois navios, já metade tinha experimentado os ferries.

A aposta da empresa do Grupo Sousa, que recebeu a concessão da linha em 1995, foi claramente ganha. Não obstante a primeira experiência feita nesse ano com um navio fretado, a chegada do primeiro “Lobo Marinho” à Madeira, em Junho de 1996, veio marcar claramente a viragem na história dos transportes marítimos portugueses.
Os anos passaram, os hábitos recriaram-se e mais de seis mil viagens depois, os madeirenses e os turistas estão rendidos ao conforto e à qualidade da travessia diária de 43 milhas náuticas para cada lado que, assim de repente, nos fazem recuar vinte anos.

E quando se fala em recuar, os números levam-nos também ao primeiro ano de atividade do velhinho navio, adquirido na Grécia, que iniciou as viagens a 6 de junho de 1996 e que, um ano depois, tinha visto embarcar 156 mil passageiros. Um marco, à época, impensável e que fazia com que a estatística subisse 52 mil pessoas embarcada em relação a todo o ano de 1994.

Cinco anos depois, com um passado de curiosidades pinceladas aqui e ali na história dos transportes marítimos – e que vão aqui ficar nos próximos dias – o mítico número de 300 mil passageiros transportados num ano é alcançado. Entre 2004 e 2005, o segundo ano em que o atual navio operou, o número bateu nos 304.722 embarques.
Curiosamente, para os mais cépticos, essa seria uma fasquia inalcançável. Mas não se ficou por aqui a escada de recordes que se subiu durante os anos seguintes.

A Porto Santo Line quase encostou mesmo os números aos 361 mil, quando a 5 de junho de 2008 fechou a operação anual, no melhor ano de sempre na história do transporte interilhas e com a bandeira do recorde içada até hoje nessa fasquia.
Desse ano até 2013 a estatística não esteve sorridente para os lados da Porto Santo Line, mas a recuperação da linha tem vindo a acontecer, com um aumento anual de passageiros transportados a ser notado quando olhamos para os dados que nos apontam para um aumento de quase vinte mil passageiros anuais ao fechar este 20º ano de atividade.

Mais de 6.300 viagens depois, o navio que alisou as águas da travessa em 347 viagens em 2008 (uma média de quase uma por dia), está aí para madeirenses e visitantes.
Tem um diário de bordo recheado de curiosidades que nos mostram que, pegando no início do texto, se as passagens tivessem sido usadas apenas por madeirenses, cada um teria ido, em média, 20 vezes ao Porto Santo.


A partir dali, durante anos, foi só quebrar recordes. Sempre tendo por referência a baliza temporal junho/junho, fomos remexer nos arquivos e descobrimos a barreira dos 200 mil ultrapassada no quarto ano de navegação, no caso ainda com o navio antigo.




Lobo Marinho já deu 25 voltas ao mundo

By As nossas ilhas 6 Comments

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Ao contrário da frase célebre do poeta, estes mares são já dantes navegados.


A expressão de Luis Vaz de Camões atravessou os séculos, mas aqui não faria sentido, tendo em conta que, nesta história, os mares estão de tal forma navegados que o navio seria capaz de fazer as viagens “de olhos fechados”.


Não fosse o facto de o comandante João Bela alertar repetidamente para o facto de, no mar, nunca se facilitar, a robustez da proa a cortar as ondas da travessa, quase sempre de “cara virada para o sol”, as linhas modernas desenhadas com todo o cuidado e o carinho com que os madeirenses são tratados a bordo do “seu” navio, faz esta história de vinte anos ter sempre dados novos.

 
O primeiro navio com o nome Lobo Marinho chegou em Junho de 1996

 A começar, pelas milhas navegadas. 

Uma assustadora quantidade delas, de tal forma que é difícil olhar para os números sem deixar o queixo cair perante a comparação. Vamos por partes que a viagem é longa…

Apesar de acontecer já nos anos anteriores, a operação com ferry de caráter regular da Porto Santo Line iniciou-se em 1996, depois da experiência do ano anterior com um navio daquela tipologia, mas fretado. A partir daí, foi fácil começar a fazer contas. Já no primeiro ano de viagens entre as duas ilhas, o anterior Lobo Marinho viajou o equivalente a uma volta ao Equador, mas no total, se em vez das 86 milhas navegadas diariamente nas mesmas águas, João Bela governasse o navio sempre à volta da Terra, já o teria feito… 25 vezes.

Para quem já fez a travessia mais de seis mil vezes, a rotina da travessa não apresenta novidade. Mas há aspetos curiosos que podemos assinalar, como por exemplo, a sala de restaurante “a la carte”, que foi feita propositadamente a estibordo do navio para que, quando os passageiros estiverem a jantar, possam estar a ver a costa norte da Madeira e depois a costa sul.

O atual navio da Porto Santo Line começou as viagens em Junho de 2003

A distância entre a ponta do Ilhéu da Cal e a Ponta de São Lourenço é de exatamente 22 milhas, o que significa que praticamente metade da viagem é feita em mar aberto e a restante abrigado por terra.

As mil viagens foram alcançadas no dia 20 de Agosto de 1999, pouco mais de três anos depois do início da operação e sensivelmente de três em três anos fizeram-se as travessias até a cinco mil, tendo demorado um pouco mais a completar as 6 mil devido ao inferior número de viagens anuais do navio.

Agora imagine: a Porto Santo Line tem a bordo vários tripulantes que estão na empresa desde o arranque da operação experimental, em 1995. Nesta altura das suas vidas, se tivessem viajado à volta do equador, estariam a caminho das 26 voltas ao planeta. Alguns deles entraram ali jovens e hoje têm filhos a acabar a escolaridade obrigatória.

Os passageiros conhecem-nos desde sempre, viram chegar-lhes as primeiras rugas, os cabelos brancos em alguns casos, mas de uma coisa têm certeza: o sorriso manteve-se e contagiou quem se juntou à equipa depois, quem entra a bordo uma vez por ano ou todos os meses.

O Lobo Marinho é, nunca foi segredo, um navio feito pelos passageiros. Só é pena o Porto Santo estar mesmo ali ao lado, porque às vezes a viagem torna-se curta.