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As nossas ilhas

O que dá voar de um homem para o outro

By 18 Agosto, 2016Outubro 1st, 2016565 Comments
Apanhei a meio da tarde um voo da TAP entre a capital do país e a capital do arquipélago da Madeira. Por outras palavras, fiz uma coisa que se chama vulgarmente Lisboa-Funchal e que daqui a uns meses se vai chamar Humberto Delgado-Cristiano Ronaldo e a malta vai andar toda a perguntar isso é de onde para onde. Mas essa parte não interessa nada. Pelo menos para esta história.A TAP teve um de dois problemas esta tarde. Ou metade dos passageiros não conseguiu chegar a tempo ao voo, que por sinal saiu com 55 minutos de atraso, porque a tripulação veio de outro voo que por sua vez chegou atrasado… explicado pelo comandante Tiago Falcão, ao pessoal, ou andam deliberadamente a vender as passagens caras para não terem muita gente a esperar o atraso de uma hora.

Se formos a ver, depois as relações públicas da empresa dizem que só metade do avião é que se queixou. Espertos!

Eu até entendo que eles saibam que além da Easyjet são a única companhia aérea, ainda, a voar entre os dois homens. Perdão, entre os dois aeroportos. Agora, em vez de porem lugares a preços acessíveis a quem quer sair de férias, espetam com passagens a 400 e a mais euros para que as pessoas possam vir à vontadinha a bordo dos aviões.Acho que estenderam aquela publicidade da primeira classe, que diz que “ao seu lado o lugar está sempre vazio”, a todo o avião. Eu tive o bónus de ter dois lugares vazios ao meu lado e do outro lado do corredor, três. Numa daquelas passeatas que damos ao final do avião para entrar naquela grande toilette, também vi que em todas as filas havia pelo menos um lugar vazio em cada fila do avião. Ou seja, depois da privatização, a TAP preocupa-se muito mais com os seus clientes e mantém-nos à vontade.

Podia ter vendido a cem ou cento e poucos euros os lugares que sobravam, mas a verdade é que com as tarifas que não garantem reembolso, ninguém sai da Madeira ou se sai, é porque tem uma família pequena, porque pagar mais de 400 euros, que é o que a TAP pratica para esta altura do ano, para sair daqui com quatro pessoas, dá 1600 euros sem comer nem beber.

Mas não sei para que ando para aqui a queixar-me. Comodidade não me faltou e até tive dificuldade em escolher em que lugar dos seis me sentar. Estendi a mala na cadeira ao meu lado para não me sentir tão só e saquei do computador para escrever este post. Mas pelo menos não tive de me afastar para a senhora do lado ir fazer a sua passeata à casa de banho…

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