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Inesquecível

Três pontes históricas no Funchal

foto: Madeira Antiga

No início de Janeiro a Câmara do Funchal procedeu à classificação, como de interesse municipal, de três pontes construídas bem no coração da cidade: a partir dessa data estão protegidas as pontes Nova, D Manuel e São Paulo.

As primeiras pontes do Funchal foram construídas de madeira, e permitiam às pessoas atravessar as ribeiras que cruzam a cidade – principalmente em períodos de chuva, sendo que em circunstâncias normais, e não estando as ribeiras canalizadas, se tornava muito fácil atravessá-las. De acordo com algumas fontes eram estruturas relativamente ligeiras, e algumas nem permitiriam o atravessamento de animais de maior porte. Há duas que são recordadas pela história, nomeadamente a de Santa Maria do Calhau (perto do actual mercado) e a da Cadeia (ligando, presume-se, a rua Direita à rua dos Ferreiros).

Na sequência da aluvião de 1803 é enviado para a Madeira, para canalizar as ribeiras e, na medida do possível, evitar repetições daquilo que começava a ser um desastre cíclico, o brigadeiro Reinaldo Oudinot. É na sequência do notável trabalho desenvolvido por este militar que o Funchal escapa às cheias, mas a consequência da canalização das ribeiras é que se tornam necessárias pontes: não só para substituir as antigas, de madeira, mas porque com a construção dos muros se torna necessário elevar o ponto de partida destas pontes.

A maior parte das pontes mais emblemáticas da cidade tem a sua origem assim nesta obra estruturante, e falamos especificamente das pontes de São Paulo (em São João) e Nova (sobre a ribeira de Santa Luzia). A ponte D Manuel (D Manuel de Castro) foi mandada construir por D Manuel de Portugal e Castro, que foi governador da Madeira de 1823 a 1825.

Na fotografia em anexo, veja-se aliás as pontes existentes: a Ponte Nova, a ponte do Bom Jesus, e mais longe a ponte da rua do Carmo. Só muito mais tarde é que se abriu a rua Dr Fernão de Ornelas.

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