Se quarta-feira, pelas 18h30, passar pela zona da Praça do Município e sentir o “Cheiro da Anoneira” não é de uma árvore li perto, mas do titulo do livro de uma velha conhecida nossa. Luz Marina KRATT pode passar despercebido, mas é o nome actual de um dos rostos da RTP/Madeira nos idos anos 90. Marina Figueiroa, ou Marina Moss, a Marina da televisão, entrava nas nossas casas durante os telejornais e em reportagens que separam 20 anos este lançamento.
Bom, vamos lá à árvore. O “Cheiro da Anoneira” é editado pela Oxalá Editora e pelo Jornal Portugal Post, com sede em Dortmund na Alemanha. Está integrado no âmbito de um programa de apoio aos Autores Portugueses, chamado “Autores da Diáspora”.
A obra é distribuída por todas as livrarias alemãs que publicam autores estrangeiros, distribuído nos países onde há comunidades portuguesas, nos países africanos e, naturalmente, em Portugal, na Bertrand e na FNAC, sendo também possível noutras livrarias pelo pais.
No prefácio pode-se ler que “quando o mundo que Rafaela havia construído para si e para a filha se desfaz como um castelo de areia, ela não se deixa abater pela derrota e pelo desespero.
O destino, consultado numa mesa de tarot, diz-lhe que o futuro fica no lugar da infância.
Ela abre, então, a porta desse mundo esquecido. Como quem folheia um álbum de fotografias, recorda a velha quinta onde nasceu, a aldeia de casinhas brancas, os barcos coloridos varados no cais. Os homens a jogar á bisca debaixo de palmeiras queimadas pelo sol. As mulheres a bordar á sombra da montanha a pique. E aquele mar azul fundo, que em noites de tempestade se atira á vila em ondas brancas de raiva e espuma.
Perdida, procura no passado a rota que uma carta de tarot lhe aponta como uma seta numa cruz de caminho.
O Cheiro da Anoneira é um romance pungente e também humorístico salpicado aqui e ali de cenas hilariantes, protagonizadas por alguns dos habitantes da aldeia. Mas, é sobretudo um romance carregado de mistério e magia, que revela uma face oculta, onde dimensões paralelas se cruzam.
Rafaela vive na fronteira entre o mundo que conhecemos e um mundo que pressentimos e que, de alguma forma, receamos.
Marina leva-nos a um mundo onde o espiritismo, vidência e contactos com o paranormal são uma constante nesta obra, que não pretende revelar nada de novo. Apenas tocar uma realidade que, queiramos, quer não, irá marcar decisivamente este novo milénio.
Ao fim da tarde da próxima quarta-feira poderá sentir o doce aroma da fruta da época no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal.
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