Skip to main content

Criar memórias com Made in Madeira

By Inesquecível 61 Comments

Não, não vamos fazer um apelo ao “consuma madeirense”, embora seja uma boa ideia. Vamos sim falar de um inovador espaço, muito perto do centro do Funchal. Um espaço onde pode experimentar e saborear os mais emblemáticos sabores da Madeira, bem como os nossos vinhos.

É um espaço que vai buscar as nossas referências culturais, os usos e costumes da Madeira e dos madeirenses.

Para os que nos visitam, mas também para os madeirenses – quer os residentes, mas também os que moram noutras paragens, a Made in Madeira também disponibiliza um espaço online (www.madeinmadeira.pt) em que se permite a encomenda de uma série de produtos bem madeirenses (poncha, ginja, bolos de mel, broas tradicionais, …), bem como evocativos da Madeira (uma colecção de t-shirts com alusões à ilha e às suas tradições).

Aberto de segunda a sexta, das 10h às 20h. Rua Dr Brito Camara, 3 e Rua Serpa Pinto, 27 (junto à rotunda do Infante).

Instituto Hidrográfico já sabe onde estão navios afundados no Porto Santo

By Inesquecível 1.397 Comments

Como foi recentemente anunciado, os navios do Instituto Hidrográfico estarão na Zona Económica Exclusiva da Madeira até pelo menos o final do Verão.

No âmbito do trabalho que está a ser efectuado nos mares do Porto Santo e que ainda se vai prolongar por mais algum tempo, já foi rastreado o local transformado desde o ano 2000 em ponto obrigatório para os amantes do mergulho. Está, portanto,  identificado ao pormenor o local onde foi, em Julho do ano passado, afundada a corveta General Pereira d’Eça. Esta identificação serviu para saber ao milímetro onde estão os navios procurados para actividades subaquáticas.

A embarcação do IH, a lancha “Mergulhão”, identificou, nos últimos dias, duas imagens que para quem gosta do mundo do silêncio debaixo de água são conhecidas: a que podemos ver mais acima, é da corveta General Pereira d’Eça, afundada em Julho passado e a outra, mais abaixo e quebrada, mostra-nos claramente o nosso “velhinho” NM Madeirense, afundado em Outubro de 2000.

A diferença entre os dois afundamentos ainda é comparada por muitos, porque o navio que acabou por ser o primeiro sob a bandeira da Porto Santo Line demorou várias horas a sucumbir nas águas e o segundo, que esteve ao serviço da Marinha Portuguesa, demorou pouco mais de um minuto a desaparecer nas águas a sul do porto de abrigo do Porto Santo.

Estes trabalhos são de extrema importância para as actualizações das cartas que são depois seguidas por quem governa navios e embarcações. Um trabalho feito pelas equipas do IH que de norte a sul do país estudam fundos, ondas, marés e desenvolvem outras tarefas nem sempre (re)conhecidas.

O levantamento dos fundos marinhos da zona do porto do Porto Santo e o mesmo trabalho feito depois no porto do Funchal, foram ontem anunciados no Funchal pelo Almirante Silva Ribeiro. O Chefe do Estado Maior da Armada lembrou que a presença, nos próximos meses, de diversos navios do Instituto Hidrográfico nas águas da Zona Económica Exclusiva da Madeira, tem por objectivo fazer os tais mapeamentos em diversos pontos, nomeadamente a Selvagem Pequena, onde ainda não existe qualquer cartografia actualizada nas últimas décadas.

É ali, aliás, que vai começar o novo “varrimento” dos fundos portugueses, um trabalho que o IH vai levar a efeito durante os próximos anos.

Nas Selvagens, está neste momento o NRP Gago Coutinho, ficando ao serviço da Zona Marítima da Madeira até meados de Junho.

Caminho Real nr 23 – Do Funchal até ao… Funchal

By Inesquecível 3.282 Comments

Hoje em dia habituámo-nos a ter estradas. Ir almoçar a Santana, ou ao Porto Moniz, dar um salto até ao aeroporto… É fácil esquecer que até há cinquenta anos sair do Funchal era quase uma aventura.

E até à abertura dos Caminhos Reais, na segunda metade de século XIX, era mesmo perigoso. Uma descrição do “percurso” entre o Seixal e São Vicente falava em tábuas presas com vimes, que muito frequentemente caiam, levando sempre com elas algum incauto que estivesse a passar.

O Caminho Real nr 23 é o mais icónico, e certamente o mais importante. Dava a volta à ilha, num percurso que antecipava o que um dia seria a Nacional 101, e depois a Regional 101. As características eram necessariamente outras – tratava-se afinal de uma “estrada” desenhada para ser usada por peões ou, quanto muito, por corças puxadas por bois, logo com exigências diferentes.

Mas foi um passo de gigante no sentido de garantir as acessibilidades e a possibilidade de se deslocar dentro da ilha com um mínimo de segurança – que não de conforto. Aliás, o gráfico de diferenças de alturas anexo mostra bem o esforço necessário para calcorrear estes Caminhos…

Os primeiros troços foram mandados construir ainda no século XIX, ligando o Funchal a Santa Cruz, Machico e Porto da Cruz e depois Santana. Quando foi terminada esta primeira circular da Madeira tinha características muito distintas, dependendo muito do uso que se estimava ter.

Também era possível identificar prioridades e estratégias distintas nas acessibilidades. Notava-se, por exemplo, um peso maior dado nas ligações aos pequenos portos que existiam na costa, com o Caminho a garantir a ligação ao hinterland. E se há sítio onde isto de nota claramente é nas ligações entre o cais de São Jorge e as vilas de Santana e São Jorge. No cuidado e no esforço evidenciados quer na qualidade da construção, quer na largura do caminho, acesso principal destas vilas aos seus mercados, com o transporte dos produtos agrícolas de barco até ao Funchal.

Características comuns? A utilização da matéria-prima que existia em abundância, nomeadamente a pedra, nalguns lugares basalto laminado, colocado na vertical de forma a resistir melhor à erosão e permitindo melhor aderência ao solo, noutros, mais próximo das praias, utilizando calhau rolado, como é o caso nalguns troços na zona da Calheta. E o cuidado na construção, notando-se um esmero que permitiu a sua sobrevivência, com intervenções e manutenção pontuais, e que só foi posta em causa pela construção de novas estradas.

Veja-se também www.caminhoreal.pt

Percursos de rei

By Inesquecível 4.774 Comments

São seis os caminhos reais que atravessam a ilha, todos eles prova bem patente do esforço necessário para ultrapassar as barreiras que tornam esta ilha simultaneamente tão bela e tão difícil. A divulgação e a promoção do seu uso são a tarefa que foi assumida pela Associação do Caminho Real da Madeira, que integra um conjunto de amigos que sempre gostou de passeios a pé por toda a ilha.

O mais importante, principalmente pela sua característica mais integradora do território, assim como pela sua extensão, é o primeiro. O Caminho Real nr.23 começava e acabava no Funchal, depois de percorrer mais de 180 quilómetros em torno de toda a ilha.

Os outros são percursos mais curtos – aliás, todos juntos não são tão extensos como o primeiro, embora todos fossem importantes, e todos atravessassem terrenos difíceis. O Caminho Real (CR) 24 ia de Santana ao Funchal (passando pelas Cruzinhas, Ribeiro Frio, Poiso e Terreiro da Luta), o CR 25 de São Vicente ao Funchal (atravessando a Encumeada, o Jardim da Serra, o Estreito e Camara de Lobos), o CR 26 ia da Ponta de Sol ao vale de São Vicente (juntava-se ao CR25, passando pelos Estanquinhos), o CR 27 ia da Boaventura ao Funchal (cruzando a ilha pelo Lombo do Urzal, Boca das Torrinhas, Curral das Freiras, Eira do Serrado e Santo António) e o CR 28 ligava a Ponta de Sol a São Vicente.

Todos podem ser utilizados, embora nalguns casos o traçado original tenha sido absorvido por estradas mais modernas, e nem sempre seja seguro andar por estas estradas – o exemplo mais óbvio disso é a ligação entre a Ribeira Brava e a Serra de Água, em que nunca houve a preocupação de construir um passeio ao longo de uma estrada com características relativamente rápidas.

E todos eles permitem, hoje como sempre, uma interacção muito próxima entre residentes e viajantes, fomentando laços e encurtando distâncias. E aumentando a viabilidade de tantos negócios locais, onde é possível comprar uma refeição, encontrar um alojamento, ou trocar umas palavras.

Em muitos lugares fez-se a recuperação dos percursos originais, e em muitos casos fez-se a recuperação com os materiais e as caraterísticas originais – a pedra de basalto laminada, colocada na vertical, permitindo assim ganhos em termos de resistência à erosão, mas também ganhos em termos de atrito. Os caminhos não têm características constantes, sendo normalmente mais largos nos locais onde haveria mais tráfego, e mais estreitos nos locais onde houvesse menos, e nomeadamente onde não houvesse a necessidade de assegurar a circulação de animais de tracção.

Um exemplo claro destas características que vão mudando são os acessos ao cais de São Jorge, que são bem um testemunho da importância deste antigo porto da costa norte da Madeira.

Há ainda características que são partilhadas por todos os caminhos reais: a existência de casinhas de prazer (que permitiam a troca de informação e o contacto entre as pessoas residentes e aquelas que se deslocavam de um local para outro), os fontanários, os pontos de descanso das mercadorias, muitas vezes carregadas em ombros (e que são claramente evidentes em pontos do caminho do Monte e no caminho de Santo Antonio).

Um conjunto de membros das Associação do Caminho Real da Madeira vai percorrer, por estes dias, todo o Caminho Real nr 23, refazendo um percurso que já fizeram por mais de uma vez. O objectivo? Apreciar a calma e recuperar a serenidade, evitar o carro e o stress. E apreciar a paisagem e a simpatia das gentes da ilha. E mostrar que os Caminhos Reais podem ser um fio condutor através dos quais é possível conhecer a história, a cultura, as paisagens, os cheiros e os sabores da ilha.

Pena é que se há quem aproveite, e quem se esforce por recuperar e quem use sem estragar, também haja quem estrague, quer de forma intencional, quer por falta de cuidado.

Nos próximos dias haverá mais sobre estes percursos. Até lá, bons passeios.

Duas salas esgotadas com os pequenos Mozarts

By Inesquecível No Comments

Foi um ambiente muito especial o que se viveu este sábado no Teatro Municipal Baltazar Dias. O espectáculo “Pelo mundo dos sons” encheu o Salão Nobre do Teatro de bebés, crianças, pais, avós e principalmente de muita magia e cor. Proporcionando um momento ímpar de harmonia familiar.

Envolvidos num mundo de encantar, foi ao ritmo da música e de olhares muito atentos, que os dinamizadores interagiram com o público de “palmo e meio”. Um evento que privilegiou bebés e crianças e também o mundo mágico da música e dos sons, sabendo da importância dos mesmos para despertar sensações e servir de estímulo para o desenvolvimento dos bebés.

O concerto para bebés e crianças, foi uma co-produção da Câmara Municipal do Funchal com a Companhia B-ábá da Música e revelou-se um autêntico sucesso, tendo os bilhetes para as duas sessões esgotado em poucas horas. Uma iniciativa a repetir em breve.

Apaixone-se pela Levada do Moinho, Porto Moniz

By Inesquecível No Comments

A Levada do Moinho, também conhecida por Levada Grande é uma das referências da recôndita freguesia das Achadas da Cruz. Ao lado do teleférico das Achadas da Cruz é um dos principais pólos de atracção da mesma, tanto ao nível histórico, como agrícola e etnográfico.

Tendo sido recuperada há pouco tempo pela Câmara Municipal do Poro Moniz, a levada foi paga pelos regantes da zona e tinha a função de abastecer os vários moinhos de água que lá existiam. Hoje, é apenas no moinho das Achadas que se pode testemunhar os vestígios desse passado. Um passeio feito maioritariamente dentro da mancha de Laurissilva e sempre acompanhado do som inconfundível da água.

Prepare-se para diversas sensações. As que se apresentam para ambos os lados do percurso e que se multiplicam, com os sons relaxantes da água, à medida que os seus passos avançam.

Retome o percurso seguindo no sentido da água até a próxima sinalética, onde a levada segue descendo o vale e os degraus de madeira garantem toda a segurança necessária à sua caminhada. Mesmo assim, tenha atenção a pequenos cursos de água que podem fazê-lo escorregar, por isso aconselha-se cuidado na escolha do calçado.

É aí que a paisagem muda. A claridade aumenta, porque a Laurissilva vai sendo substituída por vegetação mais ligeira e que permite, nesse ponto, apreciar a freguesia das Achadas da Cruz.

Desça mais uma escadaria quando ela surgir, apesar de a levada continuar em frente o seu percurso.

Chegará ao Moinho das Achadas, onde pode absorver o património histórico incalculável através dos canais hídricos que ali se encontram. Abra a cancela à sua frente e siga pelas pequenas cascatas e lagoas que nascem nos ribeiros, numa dança perfeita com a floresta Laurissilva, considerada Património Natural da Humanidade pela UNESCO desde 1999. Siga o percurso assinalado e envolva-se depois no passeio ao longo dos campos agrícolas e caminhos de terra, seguindo depois a levada paralela à estrada.

O percurso termina no Caminho dos Moinhos, no sítio da Junqueira.

Mais informações sobre tempo e percurso aqui.

É Carnaval, ninguém leva a Orquestra a mal

By Inesquecível 1.028 Comments

 

DR

Fui a um concerto. A “coisa” só será surpreendente para quem me conhece, embora talvez menos se vos disse que foi um concerto da Orquestra Clássica da Madeira.

E tendo ido a um concerto, sai de lá surpreendido. Não tanto pela competência demonstrada no uso dos instrumentos (não me surpreende porque é esperada…), mas pelo sentido de humor evidenciado pelo colectivo.

Cheguei ao Casino uns minutos antes da hora de início do concerto, e a minha primeira surpresa foi ver sair os músicos. Um imperador romano com uma coroa de louros, uma hospedeira com o seu trólei e o aerossol desinfectante, um(a) tigre e um palhaço, para além de muitos chapéus, cabeleiras, adereços. Surpresa seguinte. O maestro convidado esperou por uma fanfarra para entrar, o que fez com as vestes de um gladiador.

Outra surpresa foi uma intervenção sonante de quatro “solistas” com os seus extremamente ruidosos “instrumentos”, quatro aspiradores que acompanharam a orquestra e demonstraram que na música e na imaginação não há impossíveis – basta querer.

O programa era uma mistura variada de peças adequadas à época, acompanhadas por intervenções de alunos do Conservatório – Escola das Artes, nomeadamente a dramatizar a Overtura de Gulherme Tell (Rossini), os alunos de teatro, e o Can Can (Offenbach), os alunos de dança.
Valeu o fim de tarde, e ficou a vontade de ver mais concertos.

Museus do Funchal: só conhece a porta?

By Inesquecível 574 Comments

Bestguide

Museu de Arte Sacra

Neste antigo paço Episcopal reúne-se a que será uma das melhores colecções do mundo em termos de arte sacra flamenga (pintura e escultura) dos séculos XV e XVI. De destacar também peças de ourivesaria, muita dela portuguesa, e paramentos da Diocese do Funchal.

Rua do Bispo,21.

 

Museu da Quinta das Cruzes

Nesta quinta residiu o 2º capitão donatário do Funchal. Hoje, encontra-se ocupada por um museu de artes decorativas que apresenta um vasto espólio constituído por mobiliário português e estrangeiro desde o século. XVI ao séc. XIX, porcelanas da Companhia das Índias e Europeias, faianças portuguesas dos séculos XVII a XIX, marfins indo-portugueses europeus, escultura flamenga e portuguesa dos séculos XV a XVIII, presépios dos séculos XVIII e XIX, pinturas e gravuras dos séculos XVI a XIX.

Calçada do Pico.

 

Museu Municipal do Funchal (História Natural)

Neste palácio urbano de arquitectura barroca, viveram no séc. XIX os Condes de Carvalhal, tendo se celebrizado as recepções ali ocorridas. Hoje em dia apresenta uma valiosa exposição da fauna, flora e geologia do Arquipélago. Desenvolve ainda uma importante actividade de investigação científica na área da Macaronésia. No rés do chão um pequeno aquário.

Rua da Mouraria, 31.

 

Casa Museu Frederico de Freitas

A casa museu apresenta uma espantosa mostra de colecções variadas, tais como azulejos, canecas, bules e cerâmica, escultura religiosa, estampas antigas e móveis de estilo neoclássico e Arte Nova.

Calçada de Santa Clara.

 

Museu da Madeira Wine

O museu localiza-se num conjunto de edifícios de arquitectura barroca onde ocorreram as fases de fabricação, armazenagem, comercialização e exportação do Vinho da Madeira. Dele constam as mais antigas Adegas de Vinho da Madeira. No museu podem-se apreciar cartas de personalidades famosas, documentos das firmas inglesas que originaram a “Madeira Wine Co.”, livros, utensílios, um lagar do séc. XVII e máquinas de épocas remotas. Existe também um “Bar de provas e vendas”.

Adegas de S. Francisco – Avenida Arriaga, 28. Visitas guiadas de segunda a sexta. Em inglês, alemão, português e francês