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Baleia já nada no Auto-silo

By Inesquecível 4.812 Comments

Quem atravessa o túnel do Campo da Barca desde a Escola Secundária Francisco Franco não fica indiferente ao mural pintado por Marcos Milewski. Hoje, apesar de já ali estarem há umas semanas, a Baleia e a Cauda da Baleia já estão oficialmente ao serviço do Município.

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, esteve hoje na inauguração dos dois murais, com os nomes referidos, sendo uma das testemunhas do brilho do olhar do maior mamífero terrestre, que reflecte na perfeição o túnel rodoviário e transmite uma perspectiva ímpar ao trabalho do artista convidado pela autarquia.

A aposta na arte urbana e a requalificação do espaço público, enquadrada no Programa de Revitalização do Comércio do Funchal, com vista a torná-lo mais atractivo e acolhedor, explicou o presidente.

Hotel do Carmo, o Vintage que faz hoje 49 anos

By Inesquecível 4.243 Comments

Senti que tinha entrado na máquina do tempo, sem ter saído da minha cidade. Parei algures numa recepção onde Paul Newman e Marilyn Monroe me davam as boas vindas e segui em passos demorados para o ano de 1968. Deslumbrei-me, deliciei-me, perdi-me nas décadas, quase uma mão cheia delas, de histórias daquele balcão com vista sobre a cidade.

O Hotel do Carmo faz hoje 49 anos. Tem na sua biografia os últimos anos da ditadura, o primeiro passo do homem na lua, uma Revolução e um inesquecível temporal de um 20 de Fevereiro de 2010 que o invadiu sem piedade. Felizmente, a aluvião que esventrou a cidade mostrou um património guardado em arredacações esquecidas. Felizmente, houve quem tivesse tido a visão de recuperar a história e património de um dos mais antigos hotéis da Madeira. E agora, quando Mónica Freitas me guiou pelas cinco décadas de turistas em entradas e saídas quase silenciosas, senti que a directora do hotel me levava para uma viagem no tempo.

Os cadeirões que eu achei terem sido comprados recentemente num designer de renome são, afinal, os mesmos em que se sentaram os primeiros hóspedes, quando o hotel foi aberto graças ao esforço conjunto de várias famílias madeirenses. Diz-me, quase em jeito de queixa, que nem imagino a quantidade de hóspedes que querem comprar peças de mobiliário. Deito o olho para a máquina registadora que sobressai nos cadeirões brancos entendo-a. Como entendo o seu orgulho e a forma como fala no hotel, quase como se ali tivesse crescido e sorrido para os primeiros hóspedes.

Miminhos intemporais

A máquina do tempo, com a anfitriã demoradamente aos comandos, deveria levar-me para o cenário Vintage da sala de pequenos-almoços, mas de repente abre a tampa de um móvel e deparo-me com um giradiscos. Do outro lado, a bobine, que passava música em fitas escuras. Transporto-me para as bandas sonoras de 60 e recordo o painel da entrada, com um directório dos quartos, onde me foram cuidadosamente explicados pequenos pormenores. É que Mónica mima os clientes ao ponto de dar um quarto com a serenata à chuva de Gene Kelly a uma hóspede e oferecer o olhar de Elizabeth Taylor a um cliente. Os casais podem apreciar a mítica Casablanca ou mesmo ver cenas de filmes dos anos dourados.

Entro depois no Funchal antigo. De imagens que deixaram de nos entrar no olhar, mas não na alma. As grandes fotos a preto e branco parecem brincar com a parede de vários tons de verde, preservadas pelo tempo e por quem não as considerou fora de moda.

Ajeitando uma cadeira, a directora explica que aquelas também são as originais e que vários clientes as quiseram comprar nos últimos tempos. (Pelo menos não as levam na mala como alguns já fizeram aos cabides dos quartos, como vim mais tarde a saber).

Quanto mais viajo no tempo, mais me surpreendo. A anfitriã leva-me a visitar os quartos. Onde os pequenos retratos do directório da recepção se expandem e estendem na parede atrás das camas. Só a TV Led de 32 polegadas lhe dá um toque futurista. Estamos a meio da cidade e parece que estamos em Holllywood, o cinema mora ali, mas ainda me consegue surpreender mais quando me mostra o cabide de pousar a roupa, de madeira com meio século, plantado no chão do quarto. É estranho imaginar a peça desmontada dentro de uma mala… mas há coleccionadores para tudo.

Continuamos a subir. Até uma varanda com vista sobre o Funchal. Apetece ficar ali a tarde toda, no primeiro terraço, a ver a baía e os navios e a cidade pelos telhados.

Mas depois, com mais uns degraus, mostra-me a zona da piscina, no seu formato original, completamente assimétrica, uma ideia futurista na época, imagino eu. O solário foi totalmente renovado, o bar abre durante o verão, mas no resto do ano os hóspedes podem pedir o que quiserem pelo telefone. E quando penso que já vi tudo, leva-me ao último dos três terraços, onde a vista sobre a cidade é soberba. Os telhados estão ainda mais abaixo, porventura mais insignificantes, perante a imponência do local onde vemos toda a baía e o anfiteatro a 360 graus. Tiro fotos. Muitas. Parece que receio sair da máquina do tempo sem levar as recordações da viagem.

Funchal espreguiça-se

Imagino a cidade a crescer ao longo destes 49 anos e os colaboradores do hotel, especialmente os mais antigos, a verem o Funchal espreguiçar-se cada vez mais serra acima. Os proprietários a levarem filhos e netos àquele recanto da cidade que se revitaliza lentamente, que se moderniza do lado de fora das paredes e das varandas do hotel de 80 quartos, com wi fi gratuito em todos os pisos e áreas.

Encantada com a vista, rendida aos pormenores, desço para a última parte da visita. Uma sala mais aconchegante, um jardim interior calmo e convidativo, uns vitrais indiscritíveis bordados a chumbo (que já não se fabricam) e uma caixa registadora que me faz morrerem as palavras quando quero transmitir o que vejo. Mónica explica-me pacientemente cada pormenor da peça. Multiplica-se em simpatia e orgulho do que tem para oferecer aos que ali entram e saem, como se fossem todos passageiros da máquina do tempo. Não sem antes me mostrar que deliberadamente deixa por todo o lado marcas do passado, a hospitalidade que caracteriza mais de duzentos anos de turismo e até fruta para quem passa pela recepção.

É onde aterro. É onde termino a viagem e, com a mão na maçaneta de madeira com o logótipo do hotel, com meio século de mãos a tocá-la, volto a 2017 em direcção à Rua do Carmo. Mas levo na mala a vontade de voltar para deliciar-me com um café, um chá, um lanche numa tarde destas na sossegada esplanada das traseiras, um local aberto a todos.

 

Funchal será visto 800 milhões de vezes

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Idalina Perestrelo, vereadora com o pelouro do Ambiente na Câmara Municipal do Funchal, acompanhou as filmagens, do que considerou “uma oportunidade de luxo para promover o Funchal, enquanto destino privilegiado de Turismo Desportivo.” Estas foram as palavras de Idalina Perestrelo, vereadora com o pelouro do Ambiente da Câmara Municipal do Funchal, depois de ter assistido, esta semana, às gravações do documentário “Gamble”, protagonizado pelo francês Loic Bruni, Bicampeão do Mundo de Downhill e atleta oficial da Redbull Specialized Bikes e Foxmtb.
A autarca, que tutela o Parque Ecológico do Funchal, que recebe cerca de 7 mil praticantes anualmente para praticar BTT, enalteceu “que este é cada vez mais um palco muito procurado para um vasto leque de atividades turístico-desportivas de Natureza, entre percursos pedestres, percursos de BTT, lançamento de parapente e asa delta, corrida de montanha e trail, estando já no mapa de algumas provas internacionais a esse nível, como o MIUT e ECOtrail”.

A Vereadora destacou as óptimas condições do Parque Ecológico do Funchal para este efeito, que a autarquia tem procurado melhorar progressivamente ao longo dos últimos anos.
O documentário “Gamble”, protagonizado pelo francês Loic Bruni, Bicampeão do Mundo de Downhill e atleta oficial da Redbull Specialized Bikes e Foxmtb, é um projeto à escala global, que será disponibilizado na plataforma iTunes em abril de 2018, e cuja estimativa de alcance ascende a 800 milhões de visualizações, tendo contado com o apoio da Câmara Municipal do Funchal. A película tem por objetivo mostrar alguns dos melhores locais do mundo para a prática de Downhill e junta o Funchal a cidades na Nova Zelândia, Argentina, Itália e Canadá.

Funchal guarda espólio do actor Virgílio Teixeira

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O actor madeirense mais charmoso do século XX passeia agora o seu encanto por toda a área do segundo piso do Teatro Municipal Baltazar Dias.

Na semana em que o Funchal assinala os cem anos do nascimento de Virgílio Teixeira, que nasceu a 26 de Outubro de 1917, aquela sala de espectáculos dedica três dias a fazer a justa homenagem ao homem que decidiu passar os seus últimos anos na terra onde nasceu. Agora, vai ficar eternizado nos corredores onde tantos madeirenses e turistas passam.

Ontem à noite, a vereadora Madalena Nunes inaugurou o núcleo expositivo dedicado a Virgílio Teixeira, que passa a estar em exibição permanente na denominada ala do cinema.

São setenta objectos que foram doados à cidade do Funchal pela viúva do galã, Vanda Teixeira, convidada de honra da Câmara Municipal para o momento. Ficam agora à guarda da autarquia os galardões, fotografias, recortes de imprensa e documentos privados, o que era, de resto, um sonho do do homem que passeou o seu charme pelos corredores de Hollywood, como Sophia Loren, Omar Sharif, Charles Heston ou Rita Hayworth.

Madalena Nunes enalteceu, na ocasião, “a enorme honra da Câmara Municipal em associar-se à maior referência de sempre do cinema madeirense”, sublinhando que este reconhecimento “era um dever da cidade que o viu nascer. É aqui mesmo, na nossa terra, que devemos dignificar aqueles que melhor nos representaram e que levaram o nosso nome mais longe. Esta é mais uma prova, absolutamente simbólica, de que hoje, no Funchal, a Cultura é encarada com a reverência que merece.”

Descubra o mais novo Funchal

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A proposta é quase irrecusável. O passeio é tentador. Fazer o percurso pela geodiversidade do centro histórico da nossa cidade é um ponto que tem de pôr na sua agenda para breve. Aproveitando os dias de sol e as sombras que o Funchal das ruas estreitas proporciona.

O Percurso da Geodiversidade do Centro Histórico do Funchal, orientado por João Baptista, conhecido engenheiro geólogo, dá a conhecer o património geológico da cidade, casando na perfeição as ciências da natureza, a História e a arquitetura, numa perspetiva cultural, turística e ambiental.

Leve calçado confortável, porque ao todo o percurso tem sete quilómetros. Não precisa de o fazer na totalidade, mas aconselha-se vivamente a que não perca uma única pitada desta descoberta diferente pelos 22 pontos de paragem, quatro deles com vistas panorâmicas.

O percurso integra os núcleos históricos de Santa Maria, Sé e São Pedro e apresenta um grau de dificuldade baixo, tendo boa acessibilidade e podendo ser percorrido durante uma manhã ou tarde.

Idalina Perestrelo, a Vice-Presidente da Câmara Municipal do Funchal, enalteceu que”a mais-valia que este percurso representa para a comunidade escolar que, cada vez mais, deve sair de dentro das quatro paredes, para descobrir este património geológico, que faz do Funchal um museu a céu aberto.”

João Baptista salientou que este é “o primeiro e único percurso do género a nível nacional e europeu” e que é, por isso, mais uma ferramenta de referência para continuar a qualificar o produto turístico do Funchal.

 

Viagem ao interior do Teatro

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Quando a 24 de Outubro de 1884 João Sauvair da Câmara, presidente da autarquia do Funchal, lançou a primeira pedra no edifício do Teatro D. Maria Pia, estava longe de imaginar que 130 anos e quatro nomes depois, a obra assinada pelo arquitecto portuense Tomás Augusto Soler seria o que é hoje.

Mesmo que o actual Teatro Municipal Baltazar Dias seja hoje um local que passa despercebido ao bulício da cidade que se quer cosmopolita, pela correria do quotidiano, a verdade é que a cada vez mais concorrida agenda do Teatro tem levado centenas às suas iniciativas, sejam com produções nacionais ou mesmo exposições ou conferências no salão nobre.

O teatro tem tido um novo rumo. E uma dinâmica que, mais do que mostrar a parte mais visível da emblemática sala, mostra aquilo que não vemos todos os dias e o que nem imaginamos poder ver, como as telas que sobem e descem no palco e assinadas por nomes como Danilo Gouveia. Ou as inimagináveis catacumbas que, em muros de pedra debaixo da plateia, permitem aquela acústica magnífica na sala de espectáculos. Andar por ali transporta-me para um passado difícil de imaginar no século XIX.

Respirei história enquanto me passeava pelas histórias do Teatro. Imaginei os primeiros expectadores, no dia 11 de março de 1888 e os seus fatos e vestidos compridos, para ver a zarzuela “Las dos Princesas”, da companhia espanhola de José Zamorano, de Canárias.

Andei pelos camarins, aquele que levou agora o nome de Eunice Muñoz, onde está o livro de honra assinado pelos grandes nomes que ali passaram recentemente. Li paredes, paredes onde quem ali passou ao longo de décadas deixou a sua assinatura, subi escadas de madeira estreitas, cheguei à teia.

Uma sala redonda envolve a estrutura onde nasce aquele candeeiro magnífico que se vislumbra da plateia e dos camarotes. Há janelas que deixam entrar a luz do dia por todos os lados, um jogo de luminosidade que me perturba quando volto para o local onde as telas parecem esperar pacientemente o dia de descer…

Continuei a visita. Sem perceber a coincidência, descubro que os camarotes mais encostados ao palco são destinados, em alguns espectáculos, a invisuais e um acompanhante, para que possam sentir os musicais que ali acontecem. Uma homenagem simbólica, tendo em conta que Baltazar Dias era um dramaturgo e poeta cego.

Quero visitar mais vezes o teatro, sentir a história e respirar cultura. Aproveite, faça uma visita à nossa mais emblemática sala de espectáculos, às terças-feiras às 10 horas.

Gelados artesanais de chorar por mais

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Se for para Oeste da ilha da Madeira, onde estão as praias convidativas e as vilas pitorescas, pare na marginal da Ponta do Sol e prove um gelado artesanal na bicicleta “Baloo”.

Estive lá esta semana e perdi-me entre os sabores caseiros que o João Gomes apresenta a quem passa e não resiste a parar na sua sua tentadora banca. Frutos silvestres, manga da Fajã dos Padres, maracujá da Calheta, não resista a esta tentação servida em copo ou nos sempre apetecíveis cones de bolacha.

O João é um embaixador nato das frutas que se fazem na Madeira, ou não explicasse a origem de todos os sabores que ali existem aos insistentes e indecisos clientes que se aproximam da fachada do Hotel da Vila, onde foi acolhido depois de ter sido convidado a sair do local onde estava, no outro extremo da marginal.

João espalha cadeiras pelo local para que os clientes se sintam bem, senta-se e troca dois dedos de conversa, serve história e cultura em forma de palavras a acompanhar os gelados com mais de 65% de fruta. Vale a pena. Há quem vá de propósito à Ponta do Sol saborear os seus gelados artesanais. E a viagem não fica perdida, Perdida fiquei eu a meio de tantas suculentas propostas “made in Madeira”.

Do Ribeiro Frio à Portela

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Há uns dias um grupo pediu-me uma sugestão de uma levada. Depois de descobrir o que procuravam (Urbana ou rural? Floresta ou cidade? Longa ou curta?), sugeri-lhes a levada da Serra do Faial, no troço entre o Ribeiro frio e a Portela, também conhecida como a levada do Furado.

É um percurso de cerca de dez quilómetros, simples enquanto se desenrola ao longo da levada, mas que acaba numa descida longa, com muitos degraus, na chegada à Portela. Há possibilidade (muito ocasional) de vertigens, mas estes pequenos troços estão invariavelmente protegidos por corrimões.

Em termos do percurso, este começa no Ribeiro Frio (à direita na descida, depois do Victor’s Bar), e acaba mesmo junto ao miradouro da Portela. Na primeira fase (cerca de nove quilómetros), é apenas uma questão de seguir a levada, a partir daí, depois do reservatório para onde corre a água, é uma questão de seguir as setas, ou a pequena levada que vai fazendo cantar a água nesta fase final do percurso.

Até ao reservatório, principalmente espécies da laurisilva, a partir daí muitas exóticas. Em termos de flores, massarocos e hortênsias, com espécies mais frágeis ao longo da levada. Consequência – ou virtude – da densa arborização, o percurso decorre principalmente na sombra, o que é um bónus nesta altura do ano.